Moda e história | Listras renovadas | Tricoline e entremeios


Quando a estrutura encontra a fluidez, nasce uma peça que fala sobre equilíbrio

As listras têm uma longa trajetória na história da moda  e, apesar de parecerem básicas à primeira vista, carregam significado, códigos e reinvenções.


    PRADA            

Em 2025, elas aparecem com uma proposta mais orgânica: longe da rigidez náutica e muito próximas da estética suave que define a nova feminilidade contemporânea. Neste vestido midi em tricoline da Cristiane Resende, as listras ressurgem em sua forma mais atual: finas, verticais e delicadas. Elas alongam, estruturam e criam ritmo visual sem pesar. O caimento é fluido, mas construído. A silhueta é romântica, mas controlada. Tudo em harmonia.

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As listras e os recortes: de símbolo disciplinado a linguagem de leveza

Historicamente associadas à formalidade desde os uniformes militares até os trajes de marinheiro no século XIX, as listras começaram a ocupar espaço na moda casual e feminina a partir dos anos 1920 com Coco Chanel. Ao longo das décadas, foram reinterpretadas por estilistas como Jean Paul Gaultier, Prada e Dior, migrando do rígido para o sensorial.

 

   Coco Chanel          
                                                                          

Hoje, em 2025, elas surgem combinadas com recortes que trazem movimento e fluidez. O uso do recorte "três Marias" neste modelo, por exemplo, quebra a verticalidade da listra e adiciona uma leitura suave, ideal para o momento atual da moda que valoriza estrutura com leveza e identidade.


 


Tricoline, entremeios e o retorno ao artesanal

O tecido tricoline, feito de algodão com toque seco e nobre, reforça a proposta de naturalidade e conforto. Ele oferece estrutura sem rigidez e valoriza os recortes com definição, criando um desenho limpo no corpo.

Os entremeios aplicados ao longo da peça — nas mangas, no busto e nas camadas da saia — remetem ao trabalho artesanal do passado. Não são apenas decorativos: eles criam textura e interrupção visual, dando ritmo à peça e reforçando a ideia de moda pensada em detalhes.

A presença do cinto com fivela dourada e dos botões frontais costurados sobre a listra adiciona camadas de sofisticação funcional, marcando a cintura e conduzindo o olhar.


Por que essa peça faz sentido agora

Em um momento em que a moda busca equilíbrio entre estética e funcionalidade, peças como essa entregam o que 2025 pede: conforto com presença, romantismo sem excessos, detalhes que comunicam sofisticação.
O vestido traduz uma nova elegância — aquela que não exige exagero, mas entrega consistência visual.

 


Conclusão: mais que tendência, uma construção estética que respeita o tempo e o corpo

As listras não saem de moda. Elas se transformam. E quando alinhadas a cortes bem pensados, tecidos que respiram e acabamentos que valorizam o feito à mão, elas se tornam mais do que tendência — se tornam linguagem.

Esse modelo é um exemplo claro de como a tradição pode ser atualizada com frescor, leveza e consistência estética. É o novo clássico. E ele vem com entremeio.